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EVANGELHO PARA TODOS
IIGD pratica a inclusão na África do Sul, nação marcada por conflitos étnico-raciais
Carlos Fernandes
Anunciar o Evangelho que salva, cura e liberta em uma nação marcada por conflitos étnico-raciais, onde 40% das pessoas sofrem devido ao desemprego e as famílias enfrentam dramas, como pobreza, compulsão e doenças. Esse tem sido o desafio da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) na África do Sul, país em que a instituição atua desde 2010. Pregar o Cristo verdadeiro é a grande missão, além de proporcionar paz, esperança e conforto aos sul-africanos. Felizmente, o objetivo tem sido alcançado.
A denominação mantém quatro templos no país, em Parow e Khayelitsha (Cidade do Cabo), Durban e Kwamhlanga Mpumalanga. A diversidade dos nomes, que misturam o inglês – implantado pelos colonizadores britânicos no século 19 – e as línguas tradicionais mostra o universo plural em que a Igreja da Graça trabalha. “Aqui, são várias etnias juntas: povos, costumes e idiomas”, aponta o Pr. Rodrigo Santos, responsável pela IIGD no continente africano. “Tudo no mesmo lugar; é uma torre de babel”, compara.
Uma particularidade é que há congregações específicas para cada grupo étnico. “São igrejas para os brancos, igrejas para os negros, para os indianos, e assim por diante”, conta o pastor. Isso é resultado da dura realidade racial da África do Sul, onde, durante grande parte do século passado, vigorou o apartheid, regime oficial segregacionista. Como reflexo de tal contexto, a pobreza é maior entre os 80% de negros que compõem a população. A luta contra essa injustiça, encabeçada pelo célebre líder negro e, depois, presidente da República, Nelson Mandela, perdurou até os anos 1990. “Estamos aqui para fazer a diferença e ser uma Igreja para todos”, continua Rodrigo. “Assim, realizamos um trabalho de acordo com as Escrituras, a fim de ajudá-los a superar essas barreiras. Temos alcançado êxito”, garante.
“É LINDO VER ISSO”
No total, são cerca de 40 pessoas, entre pastores, obreiros e voluntários, integrando essa grande comissão. “Realizamos o que Jesus nos ensinou: pregar o Evangelho a toda criatura, fazendo discípulos de todas as nações”, enfatiza o líder. Assim como no Brasil e nos demais países onde a IIGD mantém templos funcionando, a congregação na África do Sul se dedica a muitas atividades espirituais, a exemplo do evangelismo, da visitação nos lares e das campanhas de oração. Nesse ambiente desafiador, a Igreja concentra esforços nas ações sociais, com doações de alimentos e roupas aos mais vulneráveis socialmente.
A pandemia do novo coronavírus, que redimensionou nossa maneira de viver, também afetou a Igreja da Graça no país que, inclusive, é apontado como um dos possíveis berços da variante ômicron, atualmente em franca disseminação pelo globo. Apesar dos danos causados pelo fechamento dos templos, em respeito às medidas sanitárias da Organização Mundial de Saúde, houve uma atuação mais ampla da IIGD no país. “A pandemia nos obrigou a aprender coisas novas, como trabalhar virtualmente e ensinar as pessoas a se adaptarem a tudo isso”, destaca o pastor. Além das atividades veiculadas pela internet, a IIGD conta com uma rede de programas televisivos e radiofônicos. Na TV, o conteúdo vai ao ar diariamente pela Cape Town TV. “Em Durban, realizamos um programa diário por uma emissora de rádio e, no Facebook, transmitimos mensagens diárias – em alguns momentos, utilizando línguas locais, como afrikaans, zulu, xhosa, entre outras.”
O Pr. Rodrigo é um experiente evangelista transcultural. Nascido em 1977, ele assistia aos programas do Missionário quando criança, na companhia da avó. “Há cerca de 30 anos, tive meu encontro com Cristo”, testemunha. “Nos primeiros anos de conversão, eu já sabia que, um dia, seria enviado para cá, pois o Senhor falava comigo a respeito.” Porém, antes, ele passou dois anos e meio na Índia, e, em 2015, chegou à África do Sul para assumir a Igreja da Graça na região. “Minha família tem se sacrificado em prol desse chamado, e é lindo ver isso!”
Tudo vale a pena diante dos resultados dessa obra. Lembrando as palavras do apóstolo Paulo, Rodrigo crê que é preciso fazer de tudo a fim de ganhar pessoas para Cristo: “É necessário aprender a se vestir como elas, consumir a comida local e tentar se aproximar do povo”. Segundo o pastor, os sul-africanos veem as coisas de modo diferente dos brasileiros, e a vida religiosa não é exceção. “Por isso, é necessário investir dedicação e tempo nessa missão.”
Ele lembra um aspecto cultural estranho aos ocidentais: “Em vários países africanos, é permitido legalmente ao homem ter mais de uma esposa. Isso inspira cuidado na hora de transmitir a mensagem da cruz sem ferir as tradições locais. É um desafio”. Ao mesmo tempo, há um enorme anseio por Deus. “Toda semana, pessoas famintas pelas Boas-Novas do Evangelho me procuram. Muitas delas ficam conosco. É bonito ver a obra divina sendo feita.”