Viver sem medo
Missões Globo – Argélia
ANO NOVO EM NOVIDADE DE VIDA
Dificuldades de 2020 deixam lições espirituais, mas quem está firmado na Palavra encara o que vem pela frente com fé e esperança
Este foi o pior ano para muitas pessoas. Atingidas em cheio pela crise provocada pela pandemia de covid-19, milhões de indivíduos têm perdido o emprego, a rotina, estabilidade e, até, a vida. Diferentemente de todos os anos anteriores ao longo do último século, 2020 se encerra sem motivos para euforia – afinal, o coronavírus continua ativo, e os efeitos da maior crise global de nossa geração ainda se devem fazer sentir por muito tempo. Contudo, janeiro está aí, já às portas, e cada um de nós tem de optar entre começar o ano com medo ou renovar as esperanças para o próximo período. A Palavra de Deus nos recomenda viver por fé, e não de acordo com as circunstâncias. Se crer é fundamental, por que não agir conforme aquela antiga canção evangélica: “Conta as bênçãos, dize quantas são / Recebidas da divina mão / Vem dizê-las, todas de uma vez / E verás, surpreso, quanto Deus já fez”?
A professora aposentada Waldete Rodrigues Cavalcante, frequentadora da Igreja Internacional da Graça de Deus em Goiânia (GO), prefere a gratidão à reclamação. “Foi um ano difícil, mas estamos bem”, diz, referindo-se a si mesma e à sua família. “Tivemos covid-19, mas com sintomas leves e, financeiramente, fomos abençoados”. Servidora pública, assim como duas de suas filhas, ela viu a terceira, Viviane, enfrentar uma batalha por emprego. Desempregada há três anos, ela sempre prestou concursos, sem melhores resultados. “Minha oração era para que ela passasse”, continua a mãe. No começo deste ano, Viviane conseguiu a aprovação, mas a crise sanitária paralisou as convocações. Agora, espera o chamado para se apresentar, o que é uma das grandes expectativas de Waldete para 2021. “Creio que isso acontecerá”, afirma.
Ter ou não fé, na verdade, é o ponto decisivo para quem pretende iniciar o novo ano seguindo os propósitos de Deus. Para Osmária Ribeiro Caixeta, membro da IIGD em Palmas (TO), a expectativa é a entrada na casa nova. Mediante sua participação no Projeto de Vida – campanha que promove a colocação de metas perante o Senhor a cada fim de ano (ver matéria nesta edição) –, ela recebeu a bênção de comprar um lote de terreno. A certa altura, não teve mais condições de pagar as prestações e recorreu à Justiça para reaver o que havia despendido a mais. “Sabemos como essas coisas são demoradas”, comenta. Mesmo assim, Osmária conseguiu, com um corretor, a oportunidade de uma nova aquisição – dessa vez, um apartamento na planta. “Foi coisa de Deus! As parcelas são pequenas, e o Senhor abriu as portas”. Sua expectativa é receber as chaves, o que deve acontecer ao longo do próximo ano. “Estou feliz com meu Deus, por todas as bênçãos recebidas e as vindouras”, alegra-se.
“Não enxergo 2020 como um ano perdido, mas, sim, um período de muito aprendizado”, pontua a Pra. Juliana Viana, do templo sede da Igreja da Graça em Goiás. Lamentando por aqueles que, em suas palavras, sofreram danos irreparáveis – “Muitos perderam entes queridos e amigos, e outros terão de recomeçar do zero”. Ela destaca que são inúmeros os testemunhos de vitórias e livramentos proporcionados pelo Senhor a quem tem se voltado para Deus em meio a essas adversidades. “Para os que confiam em Deus, o ânimo tem sido sustentado, pois a fé em Cristo nos dá a certeza de que essa ‘noite’ vai passar, e o dia vai clarear novamente, conforme diz o Salmo 30.5”. Na opinião de Juliana, para a chegada de 2021, os cristãos devem apegar-se com mais firmeza às verdades ouvidas. “A Palavra de Deus declara que somos dEle e a Ele pertencemos. Agindo assim, nossa esperança e fé permanecerão renovadas em qualquer tempo”.
“MAIS FORTES”
Para a arquiteta e designer Naiara Rodrigues Duarte, a realidade vivida em 2020 foi muito triste. “A vida espiritual de todos foi afetada”, observa. “No entanto, quem buscou se fortalecer na fé, e permaneceu firme na provação, venceu”. Ela garante que disciplinas espirituais – como a oração, o estudo da Palavra de Deus, leitura de livros edificantes – e o suporte fornecido pelo trabalho desenvolvido pela Igreja da Graça em seus programas, suas mídias digitais e redes sociais foram essenciais para alimentar sua vida espiritual ao longo deste ano. Naiara sentiu falta de maior comunhão com os irmãos no templo sede da IIGD em Cuiabá (MT), onde congrega, mas entende que 2021 trará restauração do que foi perdido. “Não acredito que vai voltar ao normal”, admite, “porém, a dificuldade nos tornou mais fortes. Então, o próximo ano tem de ser de novidade de vida, melhor do que vivemos hoje”.
Este ano foi diferente de tudo o que nossa geração já viu e termina em um clima de medo, desesperança e angústia. Essa é a opinião do Pr. Danielo Rondom, da Igreja da Graça em Planalto, na capital mato-grossense. “Vejo muitas dúvidas, mas também uma esperança de que dias melhores virão”, pondera. “O ano de 2020 foi uma oportunidade de meditarmos verdadeiramente em quão frágeis e vulneráveis somos – bastou um vírus para abalar a humanidade. Entretanto, creio que Deus permite coisas assim para mostrar a nossa total dependência dEle”. É o que pensa o também pastor Tessio Fonseca Azevedo: “Diante dos últimos acontecimentos, o nosso Deus continua no controle de todas as coisas”. Aos membros da Igreja da Graça em Rio Verde (GO), que lidera, ele tem dito que, nessa hora, é importante lembrar-se da razão e da esperança que há em Cristo. “Somente assim, podemos superar todo e qualquer sentimento que tente comprometer a nossa fé. Até nos dias maus, se estivermos firmados nas promessas da Bíblia Sagrada, seremos fortalecidos diante do que nos ocorra. Nosso Salvador venceu o mundo, conforme declara João 16.33”.
“Minha expectativa para 2021 é viver os planos de Deus para mim”, sintetiza o assessor parlamentar Ítalo Carvalho, 33 anos, de Cuiabá (MT). Ele acredita que a rotina vai, sim, voltar ao normal – o que mudará, sustenta, é a vida daqueles que depositaram sua confiança em Deus. Ítalo acredita que a “chacoalhada” deste ano provou que, sem Cristo, não é possível se defender, nem mesmo, de uma ameaça invisível aos olhos, como o coronavírus. Com sensatez, ele destaca que, apesar de estar com Deus, é importante tomar todos os cuidados sanitários prescritos pelas autoridades da área da Saúde. Ítalo afirma que a pandemia expôs quem tem uma fé superficial e busca, na igreja, uma mera “massagem” e quem tem o Senhor como guardião para qualquer momento. “Aqueles que entenderam os acontecimentos poderão ter uma consciência transformada, diferente, entendendo seu papel, de fato, nesta vida – viver com os olhos voltados para o Céu é o que, realmente, importa. Em 2021 e sempre, seremos guardados por Cristo”.