Europa
O evangelho é a terra de fartura
A HISTÓRIA DE UM SOBREVIVENTE DA COVID-19 EM MANAUS
Ele viu pessoas morrerem dentro de hospital sem oxigênio
O’hara Santos
O colapso sanitário em Manaus, no Amazonas, provocou um drama na vida de Charles Rodrigues, 46 anos, e na de milhares de pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus, sofrendo severas consequências da pandemia no estado.
Charles presenciou hospitais superlotados, profissionais de saúde exaustos, a falta de cilindros de oxigênio e inúmeros óbitos. “No dia 3 de janeiro deste ano, comecei a sentir a garganta inflamada, tive febre, cansaço e dor no corpo. Tomei medições preventivas, mas o problema só se agravava. Senti muita falta de ar e perdi peso”, lembra-se.
Ele foi levado ao Hospital 28 de Agosto, o maior pronto-socorro do Amazonas, mas não pôde ficar internado. “Foi feita apenas uma tomografia, atestando 50% do pulmão comprometido. Mesmo assim, os médicos me mandaram para casa por falta de leito”, afirma.
A família buscou atendimento em outra unidade hospitalar e, finalmente, conseguiu vaga para iniciar o tratamento. Porém, dias depois, veio a escassez de oxigênio. “Aquele que dá a respiração me sustentou, pois, diante da situação caótica, a minha saturação se manteve entre 89% e 92%”.
Charles ficou bastante preocupado com o caos na saúde e por presenciar 11 mortes na enfermaria onde estava internado. “Nesse dia, o Espírito Santo me fez recordar de uma mensagem do Missionário R. R. Soares com base em João 17.15: Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Essa foi a minha oração. Depois, perguntei à médica se era possível concluir o tratamento em casa”, recorda-se.
O pedido foi aceito, e Charles seguiu tomando os seis tipos de antibióticos, além de soro, por cinco dias consecutivos, em sua residência. Com seis quilos a menos, ele voltou a se alimentar e precisou fazer fisioterapia para o pulmão se normalizar. “Os brônquios haviam se fechado”.
Recuperado dessa enfermidade, Charles Rodrigues, que é pastor da Igreja da Graça na cidade de Itacoatiara (AM), está pregando novamente e é grato a Deus pelo livramento. “Louvo o Senhor, porque foi misericordioso comigo. Agradeço também ao líder da IIGD no Amazonas, Pr. Sadam, e à sua esposa, Ívina Lima, aos amigos de ministério que intercederam por mim e à minha família, fundamental em todo o processo de reabilitação”.
Com o coração alegre
A esposa Neuda Rodrigues se lembra dos momentos de aflição. “As notícias não eram das melhores, a situação do meu marido era grave, e poucos saíam vivos daquele hospital”.
Contudo, ela depositou sua fé no Criador. “Nos dias mais difíceis, eu me firmei em João 11.4: E Jesus, ouvindo isso, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela. Tudo contribui para o bem daqueles que amam o Senhor”.
Emocionada, Neuda destaca o apoio dos parentes e dos que intercederam pelo seu marido. “Deus usou poderosamente o Min. Sadam do Bem e sua esposa, que iniciaram uma corrente de oração pelas vítimas de covid-19. O Senhor fez a diferença, e, hoje, meu coração se alegra”.