Europa
O evangelho é a terra de fartura
COM CRISTO NAS PERDAS
A fé na Palavra e o apoio da Igreja são fundamentais na superação da dor
Carlos Fernandes
Quando a mãe da advogada Elisângela Miranda Flores, 45 anos, faleceu em julho do ano passado, em decorrência do Alzheimer, um “pedaço” da filha se foi. “Fiquei não somente sem minha mãe, mas também sem a minha amiga e companheira de todas as horas”, lamenta-se. “No início do luto, eu não conseguia orar, comer ou dormir”, recorda-se. Uma perda enorme sempre deixa uma lacuna profunda. “O corpo e a alma sofrem, mas tenho prosseguido”, garante. A força necessária para seguir adiante é o Senhor. “Ele tem sido o meu consolo e conforto bem presente, pondo-me no colo quando me falta o chão. Sei que a partida da minha mãe foi permitida por Deus e, mesmo sendo difícil para mim, jamais questiono isso.”
Todos nós temos de passar por momentos difíceis ao longo da nossa existência. Os mais dolorosos envolvem a morte de entes queridos. Podemos perder tudo – a saúde, o trabalho, os amigos, o casamento e a vida. No Brasil, desde o início de 2020, milhares de pessoas têm morrido em decorrência da covid-19, e o tema da resiliência ganha força nesse cenário tempestuoso. Afinal, diante da falta, refletimos sobre o que temos. Contudo, se o ato de perder é inevitável, não é necessário atravessar o vale sozinho. A fé em Jesus é o nosso bálsamo. O Evangelho é remédio para as feridas emocionais e possibilita nossa regeneração diante da dor. Em Mateus 11, versículo 28, Jesus promete aliviar o cansaço e a opressão dos que se dispõem a ir até Ele. Foi o que aconteceu com a advogada Elisângela Miranda.
“Eu estava sob a cobertura de oração dos irmãos em Cristo e do Pr. Wander. Tive também a ajuda de um psiquiatra”, conta Elisângela, que congrega na Igreja da Graça no Setor Jardim América, em Goiânia (GO). “Não deixei de congregar, de tirar aquele momento diário com Deus, ainda que, às vezes, fosse só para chorar. Ele tem me fortalecido dia após dia, enxugando as minhas lágrimas e renovando as minhas forças.”
“A perda faz parte da vida”, sinaliza a psicóloga Cristina Pimentel, do Rio de Janeiro. “Cada pessoa passa por esse momento de determinada maneira”. De acordo com ela, a existência traz mudanças para melhor e pior. “A superação envolve resiliência e os recursos com os quais cada um sente esse processo. Sofrer calado? Pedir ajuda? Perceber como está vivendo esse período? Com quem se pode contar?”, problematiza. O choro é essencial, segundo Pimentel. Especialista em Terapia Comunitária Integrativa (TCI), a terapeuta destaca que todo ser humano tem o direito de sofrer, experimentar e aceitar o próprio sentimento. “Evitar isso é pior. Se alguém perdeu alguma coisa importante ou um ente querido, tem de chorar e entrar em luto”, ensina.
Cristina explica que a vida em comunidade está ligada à saúde mental. Nesse contexto, ter a igreja como apoio ajuda a superar essa etapa delicada, na medida em que proporciona encontros e compartilhamentos. “Não só de dores, mas também de alegrias”, ensina. Evangélica, a terapeuta diz que Psicologia e fé caminham juntas. “Em Filipenses, a Palavra nos orienta a ocupar nossos pensamentos com tudo o que é bom, puro, verdadeiro e de boa fama”. Assim, lembrar-se de coisas boas é útil na fase da superação. “Temos o hábito de só notar perdas, sofrimentos e tristezas. Porém, devemos observar o que ganhamos ao longo da vida.”
“Serenidade”
Em sua experiência como ministro do Evangelho, o Pr. Daniel Bahiano, da sede estadual da Igreja da Graça em Vitória (ES), tem atendido muitos enlutados. “Os cristãos enfrentam esse doloroso processo com maior serenidade”, observa. “Entretanto, lidar com perdas pode variar de pessoa para pessoa. Encontramos essa diferença nas Escrituras Sagradas, como nos casos de Davi e Jó”. Ao encarar o falecimento do filho Absalão, Davi se encheu de remorso e desespero, a ponto de desejar partir no lugar dele: Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!, diz o texto de 2 Samuel 18.33. “Em contrapartida”, acrescenta o pastor, “Jó perdeu vários filhos ao mesmo tempo, bem como todos os bens e a própria saúde e, apesar disso, declarou: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR, como lemos no capítulo 1, versículo 21 desse livro”.
Em se tratando de prejuízos materiais, salienta o Pr. Daniel Bahiano, quem confia em Jesus sabe que a adversidade pode ser revertida. “No caso da perda de um ente querido, o cristão acredita que a morte é apenas uma passagem para a eternidade com o Salvador”. Contudo, é preciso considerar que Deus criou o ser humano com a capacidade de se emocionar. Afinal, como homem, o próprio Senhor Jesus chorou quando Seu amigo Lázaro morreu.
“Além disso, Deus respeita o nosso tempo de luto. Percebemos isso quando Moisés faleceu. Os israelitas choraram por 30 dias a morte daquele profeta. Entretanto, passado esse período, o Senhor Se apresentou a Josué, que seria o sucessor daquele líder, dizendo: Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel (Josué 1.2)”. O Pr. Daniel ressalta o papel fundamental da Igreja junto aos que sofrem. “Ela é o Corpo de Cristo, e, individualmente, somos membros dessa estrutura. Quando um membro sofre, todo o Corpo padece. Nesse sentido, no processo de cicatrização e cura, cada um exerce uma função. Por meio das orações, orientações e do companheirismo, a Noiva do Senhor assume papel essencial na vida dos salvos”.
Foi exatamente essa força da comunidade de fé que fez a diferença na vida da consultora de imagem Ana Paula Geris Peris, membro da Igreja da Graça em Manaus (AM). No ano passado, no primeiro surto de covid-19 na cidade, seu pai, Josué, de 59 anos, foi uma das vítimas da doença. “Ele não tinha comorbidade, mas acabou morrendo”, lamenta. Homem de Deus, Josué atuava como evangelista e obreiro. “Durante a internação, oramos e nos consagramos, buscando forças na Palavra. Contamos com o apoio de nossos pastores e amigos da fé, que se uniram conosco em oração”, recorda-se Ana. “A nossa confiança estava firmada em Cristo. Ela foi inabalável nas circunstâncias pelas quais passamos.”
O Senhor tem confortado Ana Paula em meio à dor. “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”, diz a jovem, fazendo referência a Romanos 8.28. “Creio que o Senhor amou tanto o meu pai que preferiu levá-lo”. Naturalmente, a notícia do falecimento deixou a família abalada. “Bateu um desespero, no entanto o Espírito Santo, de forma sublime, trouxe consolo. O nosso coração é confortado todos os dias, porque sabemos que a única coisa que a morte pode fazer ao servo de Deus é entregá-lo a Cristo. Sempre que me lembro disso, penso na paz que excede todo o entendimento; a paz que vem do Senhor”, conta ela, citando a passagem de Filipenses 4.7 com a tranquilidade de quem entregou o controle de sua vida ao Altíssimo.
A morte não é o fim
No livro Morte – Para onde iremos?, o Missionário R. R. Soares traz respostas para as seguintes perguntas: O que é a morte? Por que temos de morrer? Podemos viver sem esse medo? Como se preparar para o momento final? Onde você passará a eternidade?
Desenvolvido sob a perspectiva bíblica, essa obra irá ajudá-lo a vencer o medo do mais terrível inimigo: a morte. Após a leitura, você poderá declarar como o apóstolo Paulo: Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho (Fp 1.21).
Nessas páginas, você entenderá o motivo que leva os seguidores de Jesus a enfrentarem a morte com coragem e júbilo. Ela é uma dura realidade, mas nós temos Alguém que a venceu: Jesus. Ele é a Vida que nos garante uma eternidade de paz e segurança. Em Adão, todos foram condenados à morte espiritual; em Cristo, porém, somos vivificados (1 Co 15.22), ressalta o autor.
Em sua escrita, R. R. Soares destaca temas muito interessantes, como Existe vida após a morte?, “Como os servos de Deus encaram a morte?, Como é a vida após a morte?, O Céu é um lugar monótono?, Como ajudar as pessoas que perderam entes queridos?, dentre outros.
Seja qual for a sua posição, esse livro irá ajudá-lo a entender melhor a questão da morte. Dessa forma, em vez de temê-la, você enaltecerá o Doador da vida: Jesus Cristo. Com essa leitura, esperamos que você passe a encarar a morte como algo que já foi vencido por Cristo na Cruz do Calvário, finaliza o Missionário.
9 Comments
Tivemos uma perda de uma irmã na IIGD de José de Anchieta no Espírito Santo, como pastor da igreja estamos em oração pela família e apoiando nas escrituras. Portanto convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nós desviamos delas. Hebreus 2.1. Deus abençoe.
Nossos sentimentos Jadilson. Que o Espírito Santo console a todos. Obrigado por compartilhar sua experiência.
Boa tarde
Excelente esse artigo
Muito bom
À palavra do Senhor diz que está com o Senhor é incompatível melhor
O Espírito Santo do Senhor nos traz o consolo necessário.
Obrigado. É muito bom ter você conosco Maria.
Boa tarde, tive uma perda muito grande, meu esposo, estou sem chão. É algo difícil demais humanamente falando.
Mas, com certeza sei que o Senhor está no controle e vai me trazer alegria novamente.
Obrigada por compartilhar conosco um pouquinho de sua história. Que o Espírito Santo visite e conforte toda sua família.
Todo o dia recebemos a Palavra de Deus 🙏 trazendo pra nós muita fé e vitórias 🙌
As vezes vem no meu pensamento a palavra perdi, mas, quando é DEUS que guarda eu a anulo. Assim me sinto mas forte quando lembro que Ele guardou minha mãe e minha irmã. Deus tem sido consolo para mim e família.
Esse entendimento faz toda a diferença Valéria. Força! Que o Espírito Santo de Deus te console. Nossos sentimentos.