
De volta à casa do Pai

Ano novo de bênçãos

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UMA OBRA PRIMA A SER PINTADA
Emília conheceu o abismo da depressão, mas, agora, faz planos de vida e paz com Jesus
Carlos Fernandes
Com apenas 23 anos, a estudante Emília Filinto de Oliveira tem uma história intensa. Decepções, lutas e depressão marcaram sua caminhada, que também inclui fé, libertação e renascimento em Cristo. Residente em Santa Iria, próxima a Lisboa, capital portuguesa, ela passou por tudo isso e é capaz de sorrir, olhar para frente e fazer planos com o Senhor.
“Desde que me lembro, sempre fui da Igreja da Graça”, afirma a moça. “No entanto, nunca tive um encontro com Jesus, porque não levava isso com seriedade.” Quando a juventude chegou, os vínculos espirituais de Emília se enfraqueceram ainda mais: “Parei de frequentar o culto há uns três anos”. Na época, além de o mundo atravessar o auge da pandemia do novo coronavírus, Emília tinha acabado de entrar para a faculdade, seu sonho de criança. “Não demorou muito tempo para eu perceber que odiava tudo aquilo”, admite. Some-se a isso a solidão, pois a família saía para trabalhar. Assim, o quadro depressivo da jovem se acentuou. “Eu não tinha amigos, mal via meus entes queridos e tive meu sonho destruído.”
Embora nunca tenha pensado que Deus a abandonara, Emília acreditava que era indigna de Seu amor e não tinha nada a acrescentar à Igreja nem às pessoas. “Era difícil ter motivação para cuidar de mim mesma, porque eu, simplesmente, não me amava”, reconhece. As práticas mais básicas, como tomar banho, escovar os dentes e comer, tornaram-se um fardo emocional para a jovem: “Só fazia o mínimo necessário para que os outros não percebessem o que se passava comigo. Resisti à ideia de suicídio por causa de minha família”. Contudo, a possibilidade de tirar a própria vida, conforme ela diz: “era um monstro que crescia com o passar do tempo”.
Emília buscou ajuda profissional, mas seus pais não puderam continuar arcando com os custos do tratamento. “Era bom ter com quem conversar, mas menti para eles, dizendo que estava melhor”, observa. Quando Emília não enxergava mais saída, Deus a salvou. O processo incluiu, é claro, o retorno à Igreja do Senhor. “Participei de um evento de evangelização chamado Outbox, realizado pela juventude em uma praia famosa de Portugal, com muitas músicas e atividades. Fui colocada na campanha de oração por esse dia, dois meses antes da realização do evento. Nesse tempo, Deus me tratou profundamente. Então, eu sabia que Ele faria algo grande. A cura foi instantânea, na última música animada, mas só percebi que estava livre da depressão depois de uma semana.”

Emília tem consciência de que Deus nunca parou de chamá-la para perto de Si. “Finalmente, cedi, e tive um verdadeiro encontro com Jesus. Surgiu uma força diferente em mim para agarrar a felicidade e não a deixar mais ir. Sou capaz de sorrir sem peso algum”, alegra-se. Hoje, a moça que, um dia, quase desistiu da vida tem sonhos e projetos: “Quando pensava no meu futuro, vinha uma imagem preta, como se não houvesse nada. Agora, quando penso nisso, vem uma imagem de uma tela branca, como um quadro a ser pintado”. Até por isso, ela pretende ser uma artista de Concept Art. Com Cristo, não há dúvidas de que sua vida será uma linda inspiração!